O que é a Medicina Antroposófica?
Tradicionalmente, a medicina analisa apenas o corpo humano. Muita gente pode estranhar essa afirmação e se perguntar “o que mais haveria para ser analisado por um médico?”. Pois há cada vez mais pessoas que responderiam: “que tal levar em conta emoções, sentimentos, energias e outros conceitos do ‘mundo invisível’?”.
É o que fazem os médicos que seguem os preceitos da antroposofia, filosofia criada no início do século passado pelo filósofo alemão Rudolf Steiner. Segundo ela, além das coisas que podemos ver e tocar, existe um mundo não físico que, apesar de oculto, tem grande influência sobre nossas vidas.
“A antroposofia é um caminho de conhecimento que deseja revelar o espiritual que alimenta e vivifica o material. Somente podem ser antroposóficos pessoas que sentem como uma necessidade de vida questionar sobre a essência humana e do universo, assim como se sente fome e sede”, escreveu Steiner em seu livro Máximas antroposóficas (Editora Antropofósica).
Esse sistema filosófico surgiu para tentar explicar o sentido da existência e, ao longo do tempo, também adquiriu uma série de aplicações práticas nas variadas áreas do conhecimento humano, com destaque para medicina, pedagogia, arquitetura, artes e agricultura. Não é de se estranhar que seja tão abrangente: seu princípio fundamental é a busca da conexão entre o homem, a natureza e o sagrado.
A doença como oportunidade
Os médicos antroposóficos, por exemplo, acreditam que as doenças não são apenas físicas, por isso analisam, além do corpo, o espírito, as emoções e outros aspectos da vida do paciente. O ser humano deve ser considerado de uma maneira global: o modo como a pessoa se sente, se emociona, dorme, come. Tudo isso é levado em conta. Assim, o uso de remédios alopáticos é considerado como suporte para os casos que realmente necessitam, pois a medicina antroposófica estimula a cura da enfermidade partindo do próprio organismo e de suas interações com o mundo externo.
Além disso, evita-se encarar a doença como algo negativo. A medicina antroposófica parte do princípio de que as doenças são necessárias para o indivíduo. Ninguém fica doente por acaso. O desafio é fazer com que o paciente aproveite ao máximo essa doença, sem cair no perigo.
Segundo os adeptos, cada vez que fica doente, o paciente recebe uma oportunidade de se tornar uma pessoa melhor, em todos os sentidos. Uma simples gripe pode ser o sinal de que algo precisa mudar em sua vida. Você transforma a doença em uma grande oportunidade.
Dra. Tânia Helena Alvares
Nefrologista, Mestre em Clinica Médica disciplina de Transplante Renal e especialista em Medicina Antroposófica
Nenhum comentário:
Postar um comentário