Medicina Antroposófica

A Medicina Antroposófica foi fundada, no século XX, pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner e pela médica Ita Wegman. A prática reconhece métodos das ciências naturais, como a medicina e a psicologia tradicionais, mas busca compreender o homem considerando-o um ser físico, anímico e espiritual. A Antroposofia é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina. O Ministério da Saúde aprova o "observatório" das experiências de Medicina Antroposófica junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ter uma mente tranquila


Com essa postura interna, você interpreta a vida não a partir de tudo que você já sabe, mas a partir de uma receptividade para aquilo que você não sabe e com uma atitude totalmente aberta. Essa qualidade é a chave da criatividade e da curiosidade na meditação e na vida.

Veja este poema:

“Um Dia da Verão” - por Mary Oliver

Quem criou o mundo?

Quem criou o cisne e o urso preto?

Quem criou o gafanhoto?

Este gafanhoto, eu falo:

Aquele que se lançou da grama,

Aquele que está comendo açúcar na minha mão,

Que está mexendo a sua mandíbula de um lado para outro em vez de pra cima e pra baixo

Que está observando tudo à volta com seus olhos enormes e complicados.

Agora ele levanta seus braços pálidos e lava o seu rosto inteiro.

Agora ele abre suas asas de repente e vai embora.

Eu não sei exatamente o que é rezar,

Não sei como prestar atenção, como cair a grama, ajoelhar nela,

Como ficar sem fazer nada e abençoado, como andar nos pastos sem preocupação,

Que é o que estava fazendo o dia inteiro.

Me disse, que mais que poderia ter feito?

Não é tudo que morre no final, e cedo demais?

Me disse, qual é o plano que tem para fazer com a sua única, selvagem e preciosa vida?


Essa poesia tem muitas qualidades ricas. Além da sinceridade e da contemplação, a poetisa mostra uma capacidade bonita de curiosidade sobre aquilo que a gente normalmente nem nota. Os movimentos do gafanhoto em sua mão, ela conta com tanta simplicidade e concentração. A gente quase sente aquele bichinho em sua mão. Você já ficou observando a natureza assim? Já parou para enxergar?
Temos essa capacidade. O objeto pode ser qualquer um. Porém, o processo é o mesmo. Se você já estiver praticando a meditação da consciência da respiração, talvez você já esteja descobrindo isso em relação à beleza da sua própria respiração.
Aos poucos podemos trazer essa qualidade para a natureza da nossa experiência inteira – dentro e fora de nós. O dinamismo de nossa experiência é impulsionado por forças muito profundas e muito complexas. O que somos vem daí: de nossas profundezas.
As forças inconscientes da mente são muito profundas e normalmente habituais. Para navegar melhor por meio dos altos e baixos da vida, necessitamos saber como influenciar essas forças de nosso ser, conscientes e inconscientes, de forma sábia e gentil. Claro, isso não é facil. Não adianta só mandar, como se fosse um comandante. Pior ainda, deixar a vida nos levar! Em primeiro lugar, temos que ter abertura para aquilo que acontece dentro de nós, seja o que for. Demora para conseguir cultivar uma consciência maior dos nossos impulsos internos. Porém, o corpo e a respiração são bons lugares para começar.
Um amigo me contou uma fato ocorrido no trabalho dele. Ele é um membro de uma equipe que ensina meditação nas prisões de máxima segurança na Inglaterra. Um dia, quando chegou à prisão para dar a aula, percebeu uma atmosfera diferente. Algo tinha acontecido.
O grupo de prisoneiros reuniu-se com ele e começou a contar sobre a semana que passou. Quando o maior prisoneiro (e mais perigoso) começou a falar, foi bem claro afirmando que alguma coisa realmente tinha acontecido.
Esse prisoneiro disse que durante a semana, fez a consciência da respiração todos os dias. No dia anterior a essa reunião, um outro prisoneiro começou a brigar com ele na sala de refeição. Então, pegou o cara pela camisa, levantou-o, e olhou-o nos olhos – mas, a experiênica de olhar nos olhos de um outro foi totalmente nova para ele. Alguma coisa ocorreu. Ele parou antes de bater no sujeito e fez algo novo. Ele colocou-o no chão, pegou sua comida, foi para a cadeira e comeu em silêncio.

Fonte: Stephen Little/Vya Estelar/Uol

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Veja no programa Se Liga em Você a entrevista com a Dra. Tânia Helena sobre "O poder do pensamento", apresentado por Carla Viola.

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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

CONSCIÊNCIA E CÉREBRO QUÂNTICO-HOLOGRÁFICO

                          
Em 1998, apresentamos no congresso Science and the Primacy of Consciousness, na Universidade de Lisboa em Portugal, a conferência Information Self-Organization and Consciousness, propondo uma nova visão da consciência denominada Teoria Holoinformacional da Consciência, na qual o cérebro e o universo são compreendidos como sistemas informacionais interconectados por uma dinâmica global instantânea. É uma concepção fundamentada na natureza holográfica do funcionamento cerebral, de Karl Pribram, na estrutura quântico-holográfica do universo de David Bohm, e no princípio quântico da não-localidade. A repercussão desta proposta na comunidade científica internacional, levou à publicação da mesma em 1999, na Europa, na revista World Futures- The Journal of General Evolution, da UNESCO,editada por Erwin Laszlo, maior autoridade mundial na áreas de sistemas, e no mesmo ano nos USA, no The Noetic Journal, do Noetic Advanced Studies Institute. Em 2000, fomos convidados para publicá-la de forma mais ampliada no livro Science and the Primacy of Consciouness- Intimation of a 21st Century Revolution (Noetic Press, USA), editado por Richard Amoroso, Diretor do Noetic Advanced Studies Institute, na Califórnia, e outros co-autores, como Karl Pribram, Ruppert Sheldrake, Amit Goswami, Stanislav Grof, Henry Stapp, Fred Allan Wolf, todos pesquisadores da consciência, de renome internacional.
Um desenvolvimento mais elaborado e avançado desta concepção holoinformacional da consciência, denominado Holoinformatonal Consciousness, acaba de ser lançado em 2010 nos USA, pela NOVA Publishers, como capítulo do livro The Complementarity of Mind and Body. The Realization of the Dreams of Descartes, Einstein, and Eccles, organizado por Richard Amoroso, e com os co-autores, Karl Pribram, Henry Stapp, Fred Alan Wolf, Mikai Draganescu, e outros.

Para facilitar a compreensão do tema, vamos inicialmente especificar o significado dos termos holográfico e não-localidade.

Não-localidade

É uma propriedade fundamental do universo, exaustivamente comprovada, tanto a nível quântico, quanto a nível macroscópico, responsável por interações instantâneas entre todos os fenômenos cósmicos. É uma consequência da Teoria do Campo Quântico de Umezawa que unificou os campos eletromagnético nuclear e gravitacional em uma totalidade indivisível subjacente.

Sistemas holográficos

São sistemas geradores de imagens tridimensionais, em que a imagem virtual, ou holograma, é criada quando um laser incide sobre um objeto, e este o reflete sobre uma placa. Sobre essa placa incide um segundo laser, produzindo uma mistura das ondas do primeiro com as do segundo. Este padrão de interferência de ondas armazena a informação acerca da forma e volume do objeto, e ao ser refletido pela placa, gera uma imagem tridimensional do objeto no espaço. O relevante é que nos sistemas holográficos cada parte do sistema contém a informação completa sobre o objeto; se quebrarmos a placa em pedaços, cada pedaço refletirá a imagem tridimensional do objeto no espaço, demonstrando que o todo está nas partes, assim como cada parte está no todo. Esta propriedade fundamental dos sistemas holográficos, foi descrita por Dennis Gabor, que ganhou o Prêmio Nobel pela invenção do holograma.

Redes neurais holográficas


A teoria quântico-holográfica ou holonômica de Pribram, hoje exaustivamente comprovada experimentalmente, demonstra a existência de um processo de tratamento quântico-holográfico da informação no córtex cerebral, denominado holograma neural multiplex, dependente dos neurônios de circuitos locais, que não apresentam fibras longas e não transmitem impulsos nervosos comuns. “São neurônios que funcionam no modo ondulatório, e são sobretudo responsáveis pelas conexões horizontais das camadas do tecido neural, conexões nas quais padrões de interferência holograficóides podem ser construídos”.
Tal como a música não pode ser localizada no piano, e sim em todo o campo ressonante que o circunda, as memórias de um indivíduo não estão localizadas somente no cérebro, mas também no campo de informação holográfica que o envolve!

Rumo a uma teoria holoinformacional da consciência

Pribram inferiu a possibilidade do processamento informacional holográfico do universo poder se interconectar ao processamento holográfico neuronal do córtex cerebral, mas não direcionou suas pesquisas por esta vertente.
Vislumbrando esta possibilidade de conexão entre o cérebro e o universo, propusemos que os padrões quânticos e as redes neurais holográficas do cérebro são parte ativa do campo quântico-holográfico do universo, e que esta interconexão informacional é simultaneamente local (mecanicística-newtoniana), e não-local (holística-quântico-holográfica), e a denominamos holoinformacional.
A não-localidade quântica permite uma interconexão instantânea entre o cérebro e o cosmos. Considerando ainda a propriedade matemática básica dos sistemas holográficos, de cada parte do sistema conter a informação do todo, os dados matemáticos da física quântica de Bohm, e os dados experimentais da teoria holográfica de Pribram, propusemos, alem disto, que esta interatividade universal nos permitiria acessar toda a informação existente nos padrões de interferência de ondas existentes no universo, desde sua origem, pois a natureza holográfica do universo, permitiria que cada parte, cada cérebro-consciência, contivesse a informação do todo.

Como fazer


Para que esta conexão cérebro-universo seja possível, é necessário aquietarmos nosso cérebro, sincronizando o funcionamento dos hemisférios cerebrais, e permitindo que o modo de tratamento holográfico da informação neuronal se otimize. Isto se consegue facilmente por meio das práticas de meditação, relaxamento e oração que comprovadamente sincronizam as ondas dos hemisférios cerebrais, gerando um estado alterado de consciência (referências eletroencefalográficas e clínicas podem ser encontradas em meus livros, O Homem Holístico, a unidade mente-natureza, e Caminhos da Cura, ambos da Editora Vozes).